31/08/2018

Bancada de Transformadores Para Fim Didático

Para aula de analise de Sistemas Elétricos foi solicitado para os alunos dimensionarem um banco de transformadores para fins didáticos. Assim foi proposto a elaboração de um memorial descritivo, contendo informações para elaboração de um produto.
Alunos:
- Carlos Alexandre dos Santos Nunes;
- Ewerton Guidarini;
- Gabriel Fernando dos Santos;
- Jack Chen Gomez.

Abaixo encontra-se o artigo produzido.

BANCO DE TRANSFORMADORES DE BANCADA DIDÁTICA 


1.    INTRODUÇÃO


A análise e os tipos de ligações de transformadores a ser feito em um determinado sistema são escolhidas ou por questões econômicas referentes aos níveis de tensão ou níveis de corrente a serem transformados ou então pelas características de operação e proteção que se deseja dar ao sistema elétrico, segundo Silva (2004) as empresas distribuidoras de energia elétrica procuram cada vez mais operá-los de forma otimizada, buscando a redução dos custos operacionais assim como a redução das perdas de energia.
Dessa forma, uma ligação delta é interessante para sistemas por onde circulam altas correntes e um sistema em estrela, mais adequado para sistemas com altas tensões.
Por outro lado, se o sistema elétrico possui tensão nominal maior ou igual a 115 kV, melhor utilizar uma ligação estrela com neutro aterrado para evitar riscos de sobre tensões indesejáveis.
Quando utilizamos uma transformação delta no lado primário de um transformador e estrela aterrada no secundário, estamos garantindo fonte de terra no secundário, independentemente do tipo de sistema da fonte alimentadora.
Uma ligação estrela aterrada (primário) / delta, conectada a um sistema com neutro isolado, também pode conferir fonte de terra ao mesmo.
Considerando a utilização de ligações trifásicas específicas relacionada a problemas  de proteção dos sistemas elétricos, por exemplo, as concessionárias de energia elétrica não permitem a utilização da ligação estrela aterrada na interface entre seu sistema e o sistema consumidor. Também por problemas de proteção, circuitos trifásicos de distribuição de energia elétrica, em 13,8 kV por exemplo, devem ser do tipo neutro aterrado.
No tocante a sistemas elétricos industriais de média tensão, muitas vezes preferem-se a utilização de neutro isolado ou aterrado através de impedância, de forma a evitar-se altas correntes de defeitos a terra.
Devido a não linearidade da relação de fluxo versus corrente de excitação de núcleos ferromagnéticos, a onda senoidal de corrente ou de tensão fase-neutro terá distorção, com predominância da terceira harmônica. Essas distorções podem prejudicar o funcionamento da carga acionada e também gerar perdas adicionais ao sistema elétrico. As ligações trifásicas dos transformadores interferem com essa característica, podendo inclusive ser utilizadas como filtros.
Este trabalho tem um caráter orientativo e servirá como ferramenta aplicada em estudos relacionados a os transformadores de potência para as futuras turmas do curso de Engenharia Elétrica da Faculdade União das Américas.

2.    MATERIAIS E MÉTODOS

   2.1 COMPONENTES DE MANOBRA E PROTEÇÃO DA BANCADA


Figura 1 - Lista de componentes

2.2 EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS PARA AS MEDIÇÕES

Osciloscópio;
Pontas de prova;
Fonte de tensão alternada variável;
Voltímetro;
Amperímetro;
Wattímetro.

2.3 BANCADA DIDÁTICA

          Os componentes( Auto Transformadores, Botão Trifásico, Contatoras, Plug’s Banana macho e fêmeas)  serão fixados na placa de acrílico e os polos dos transformadores, utilizaram plugs banana fêmeas, para realizar as ligações dos transformadores, de forma fácil, rápida e que permita executar as diversas ligações possíveis entre transformadores, permitindo testar e conhecer as características das 04 formas de fechamentos, sendo elas,  ligação delta – delta, estrela-estrela, estrela-delta, delta – estrela, além do conceito do a de transformação presente nos transformadores.

3.    CARACTERÍSTICAS DAS LIGAÇÕES TRIFÁSICAS NO BANCO

Como mencionamos anteriormente, os motivos para a análise e os tipos de ligações de transformadores a realizado em um determinado sistema são escolhidas por questões econômicas referentes aos níveis de tensão, por conta dos níveis de corrente a serem transformados ou então pelas características de operação e proteção que se deseja dar ao sistema elétrico.

3.1.      LIGAÇÃO DELTA-DELTA

Podemos considerar as tensões de seus terminais secundários iguais como sendo simétricas as de seus terminais primários, mediante sua relação de espiras, mesmo diante das dissimetrias apresentadas nas características construtivas dos transformadores.
Figura 2 - Ligação Delta-Delta.

Conforme figura 2, interligados entre si em delta-delta e em uma condição de perfeito equilíbrio entre o sistema elétrico e o sistema consumidor, alimenta um terço da carga total trifásica e as correntes nos enrolamentos de cada um destes é igual a 1/v3 vezes as intensidades das correntes de linha no sistema.

3.1.1     CONEXÕES ILUSTRATIVAS DA LIGAÇÃO DELTA-DELTA (? - ?)

Conforme figura 3, para a execução do ensaio usaremos os seguintes instrumentos: 2 voltímetros, 1 wattímetros, 3 amperímetros, 1 fonte de alimentação trifásica, 1 osciloscópio digital;

Figura 3 - Ligação do Banco em Delta-Delta.

3.2    LIGAÇÃO ESTRELA-ESTRELA


A ligação que permite a transformação de grandezas elétricas sem alterar a defasagem entre tensões e correntes de fase e de linha, tanto para as tensões primárias e secundárias.

Figura 4 - Ligação Estrela-Estrela.

O nome “estrela” vem do fato de que as tensões aplicadas aos enrolamentos, quando representadas vetorialmente, estão dispostas com defasagem de 120° entre si, conforme ilustrado na figura 4.
Geralmente é empregada para a alimentação de cargas praticamente equilibradas. Em contrapartida, esta ligação pode fazer com que o sistema apresente tensões, fase-neutro, distorcidas devido a corrente de terceira harmônica gerada pela não linearidade da característica de magnetização de núcleos ferromagnéticos. Na figura 5, podemos visualizar uma ligação Estrela Aterrado-Estrela Aterrado. Aterrando-se o neutro e alimentando-se o banco de transformadores com um sistema aterrado, eliminamos as distorções nas ondas de tensão, mas provocamos distorções nas ondas das correntes de magnetização que ocasionam perdas suplementares no sistema elétrico.


Figura 5 – Ligação Estrela Aterrado-Estrela Aterrado.

3.2.1     CONEXÕES ILUSTRATIVAS DA LIGAÇÃO ESTRELA-ESTRELA 


Conforme a figura 6, para a execução do ensaio usaremos os seguintes instrumentos:
2 voltímetros, 1 wattímetros, 3 amperímetros, 1 fonte de alimentação trifásica, 1 osciloscópio digital.

Figura 6 - Ligação do Banco em Estrela Aterrado-Estrela Aterrado


3.3    LIGAÇÃO 


A figura 7 demonstra uma ligação estrela-delta. Neste tipo de ligação, a tensão de fase primária é transformada em tensão de linha secundária.
Portanto a relação de transformação não dependerá apenas da relação de espiras mais também da relação entre as tensões de fase e neutro.

Figura 7 - Ligação Estrela Aterrado-Delta.


    Este tipo de conexão causa uma defasagem de 30° entre as tensões primárias e secundárias. Esta defasagem pode ser de 30° ou -30°, dependendo da sequência de fases
aplicada ao primário. Se os enrolamentos do transformador forem conectados conforme ilustrado, teremos as tensões primárias aplicadas na sequência direta, ou seja, A-B-C, e as tensões de fase secundárias estarão “atrasadas” em relação às tensões de fase primárias em 30°, ou seja, houve uma defasagem de –30°.

3.3.1     CONEXÕES ILUSTRATIVAS DA LIGAÇÃO (Y- ?)



Figura 13 - Ligação do Banco em Estrela Aterrado-Delta.

   Conforme figura 8, para a execução do ensaio usaremos os seguintes instrumentos: 2 voltímetros, 1 wattímetros, 3 amperímetros, 1 fonte de alimentação trifásica, 1 osciloscópio digital;
Figura 8 - Ligação do Banco em Estrela Aterrado-Delta.

 3.4    LIGAÇÃO DELTA ESTRELA

Por meio da figura 9, percebemos que este tipo de ligação é semelhante a anterior, sendo diferente apenas a sua relação de transformação. Neste caso, a tensão de linha do enrolamento primário conectado em ? é transformada na tensão de fase do enrolamento secundário xa, a defasagem será de +30°. Aplicando-se sequência inversa de fases no primário, será observada uma defasagem de –30° nas tensões secundárias.

Figura 9 - Ligação Delta-Estrela Aterrado.

3.4.1     CONEXÕES ILUSTRATIVAS DA LIGAÇÃO 


Conforme figura 10, para a execução do ensaio usaremos os seguintes instrumentos: 2 voltímetros, 1 wattímetros, 3 amperímetros, 1 fonte de alimentação trifásica, 1 osciloscópio digital;

Figura 10 - Ligação do Banco em Delta-Estrela Aterrado.


4.    CONCLUSÃO


     Este trabalho demonstrou a dinâmica de aplicação dos tipos de ligações trifásicas existentes e sua contribuição para o sistema elétrico.
    Simples e de fácil operação, a bancada didática nos permite a possibilidade de alcançarmos conhecimento e formas de mensuração das grandezas elétricas importantes para a devida aplicação das ligações trifásicas propostas neste trabalho e auxilia na escolha da ligação mais adequada para um sistema, compreendendo quais as vantagens e desvantagens para diferentes tipos de ligações que flexibilizam o uso de um banco de transformadores monofásicos.
   Acreditamos que este caderno conjunto a esta bancada será um importante instrumento didático no laboratório da universidade e que beneficiará as futuras turmas do curso de engenharia elétrica que, por meio de aulas práticas, terão a oportunidade de consolidar os conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula.


5.    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


SOARES; Walter Jorge Rodrigues; Projeto de um Transformador Monofásico de Baixa Potência; Covilhã 2010.


SIMONE, Gilio Aluisio, Transformadores: Teorias e Exercícios. São Paulo: Érica, 2010.
MARTIGNONI, Alfonso, Transformadores. 8. ed. São Paulo: Globo, 1993.

SANTOS ; Paulo; Caracterização elétrica    de    um    transformador monofásico didático; Pato Branco -PR 2012


OLIVEIRA;  Luís  Manuel  Ramos, Desenvolvimento  de  Métodos de  Detecção  de  Avarias  e  Algorítimos  de  Proteção  para Aplicação em Sistemas de Monitoração    Contínua de Transformadores Trifásicos; Coimbra Portugal, 2013.


BECHARA, Ricardo; Análise  de  Falhas  de Transformadores de Potência; Dissertação de mestrado, São Paulo 2010



SADIKU, Matthew NO; ALEXANDER, Charles K.; MUSA, Sarhan. Análise de circuitos elétricos com aplicações. AMGH Editora, 2014. P.520.

PAIDA, J. P. B. Modelo Matemático de Un Transformador Real Monofásico de Dos Devanados. Universidade Politécnica Salesiana de Guayaquil.

NOGUEIRA; Daniel da Silva; ALVES, Diego Prandino; Transformadores de Potência - Teoria e Aplicação Tópicos Essenciais, Rio de Janeiro, Abril de 2009.


SILVA, Fabricio Luiz. Modelagem de Transformadores Trifásicos de Distribuição para Estudos de Fluxo de Potência. 2004. 99 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2004.